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Real Surfer's Life

TAHITI PARA AMADORES

Ir para o Taiti é um desejo acalentado por muitos praticantes. Surfar em Teahupo, Morea, Papeete ou qualquer outra dessas praias maravilhosas é uma experiência única para a maioria dos aficcionados do esporte. Especialmente para quem gosta de desafio e curte aquela indescritível sensação de adrenalina nas veias. Mas, segundo Frederico Cerdeira, da Surf Travel Company (STC), a procura por pacotes para a ilha perde paraoutros lugares como Indonésia, Peru e alguns países da América Central. O motivo: as ondas gigantescas e perigosas. Esse maior grau de dificuldade em relação a outros destinos não impede, entretanto, que alguns surfistas não profissionais insistam na arriscada mas encantadora ilha, como o profissional de marketing André Pecoraro, 28 anos. Junto com dois amigos, ele foi à luta com muita garra e provou que, mesmo para um amador no esporte, é possível encarar o mar conhecido pela natural agitação. “Se existe um paraíso, com certeza é lá”, diz.

O surf faz parte da vida de André desde a infância. Mais que isso, sempre ocupou um espaço enorme em sua rotina. Praticante do esporte desde os 4 anos, ele ganhou a primeira prancha de fibra aos 6. No começo mal conseguia se equilibrar, mas, mesmo assim, rapidamente a elevou ao status de “brinquedo favorito”. Enquanto os outros garotos queriam jogar futebol, ele só pensava em surfar. Claro que também curtia bater uma bola, “porém não dava para comparar com o prazer que sentia quando estava sobre as ondas”, conta. “A paz trazida pela brisa do mar, a adrenalina de pegar a onda perfeita, a sensação de poder e liberdade que o esporte traz tudo isso é único”. Acompanhe, agora, o relato dessa incrível viagem feita por André... “Quando a pessoa encara o surfe com seriedade, ele acaba virando um estilo de vida, um objetivo sempre presente. Desde o início do ano, acalentava o desejo de ir para um local lindo que me permitisse surfar. A princípio cogitei uma viagem à Indonésia, mas soube de um pacote interessante para o Taiti e não pensei duas vezes. Logo me imaginei em praias paradisíacas, a água transparente, as ondas incríveis em meio a corais rasos. Apesar de praticar há mais de 20 anos, não sou surfista profissional. Então, dá para imaginar a excitação e o medo de encarar uma empreitada dessas, em que é evidente o grau de dificuldade diante de um mar desconhecido e com ondas imensas. Como gosto de desafios, fui em frente e, no dia 15 de julho, junto com mais dois amigos, André Silvério e Raphael Monzillo, embarquei rumo à ilha. Fizemos uma escala na Ilha de Páscoa, no Chile, e 24 horas depois chegamos a Papeete, capital do Taiti.

A gentileza dos taitianos: um dos ‘bônus’ da viagem Lá, um amigo carioca nos buscou no aeroporto e alugou uma van para nós. Seguimos para Teahupo, onde nos hospedamos na Maoni’s House, a mesma pousada que a Billabong, marca de surfe, reserva quando há campeonatos da WTC. Fomos recepcionados pelos proprietários da casa, Papi e Mami, que, exatamente como o nome sugere, são verdadeiros pais para todos que ficam lá. Uma das coisas, aliás, que mais me chamou a atenção nessa viagem foi a bondade e a inocência do povo taitiano. Todos vivem em harmonia, são muito gentis e fazem tudo para que o turista se sinta bem e acolhido. Nas praias, ondas maravilhosas e muita emoção. Enquanto praticávamos, conhecemos o Joan, um enfermeiro local. Apesar de não falarmos o mesmo idioma, conseguimos nos entender e ele se ofereceu para nos levar aos lugares mais incríveis do Taiti. Detalhe: de graça, sem nos cobrar nada. Marcamos num dia bem cedo, às 6 horas, e lá fomos nós desbravar aquela ilha fantástica. Visitamos cachoeiras, praias lindíssimas com altas ondas e, depois, desfrutamos uma excelente refeição que ele próprio preparou. Inacreditável, o cara cozinhou pra gente, bancou o guia turístico sem pedir um tostão e sequer deixou que pagássemos a gasolina.

A generosidade do povo realmente me intrigou muito, fiquei pensando se é a paz daquele lugar que se reflete na personalidade das pessoas, ou vice-versa...Eu já havia surfado em outros países, como o México, mas lá rolou tudo de uma forma muito especial. Tive que exercitar ao máximo a minha agilidade, pois as ondas exigem uma atenção e uma rapidez incríveis – qualquer descuido pode ser fatal. Elas quebram de um jeito diferente, são mais abertas, os tubarões estão sempre por perto. Sim, é possível até tocá-los sem grande preocupação, pois são muito bem alimentados e praticamente não há registros de ataques a banhistas e surfistas. O fundo com corais é um capítulo à parte, dá para ver a beleza do fundo do mar porque a água é azul, transparente. Arco-íris, bangalôs famosos e o que mais é inesquecível Quase todos os dias, no fim da tarde, comemorávamos as ondas perfeitas e os dias de intensa energia positiva tomando Hinano, a cerveja mais famosa do país. E ainda éramos brindados, nesse momento ou mais cedo, com um arco-íris, que aparecia quase diariamente cruzando o céu. Em alguns dias, pegamos carona e fomos conhecer outras praias, e numa dessas incursões chegamos a Moréia, onde alugamos um carro. Moréia é um lugar badalado, cheio de charmosos bangalôs, cuja diária pode chegar a US$ 5 mil. As ondas perfeitas da praia de Teahupo igualmente merecem registro, são demais. Outras lembranças que trouxemos conosco e jamais esqueceremos: na Maoni’s House, o lugar onde as pranchas de campeões mundiais, como Andy Irons e Joel Parkinson, são guardadas; as agências de bancos que não têm guardas; as residências das pessoas, que ficam sempre abertas, mesmo na hora da tradicional siesta; as caronas que levam a pontos turísticos sem cobrar nada. Já no final da viagem, Mami e Papi nos recepcionaram, vestidos de branco, para um jantar maravilhoso com frutas, pães e uma mistura deliciosa de atum com leite de coco. Nesse dia fomos coroados com colares de conchas, como uma forma de eles demonstrarem sua amizade por nós. A energia positiva, essa atmosfera que envolve o Taiti, é indescritível. Aliás, tem tudo a ver com a verdadeira filosofia do surfe – o respeito aos outros e à natureza, a busca pela paz e pelos valores que garantem harmonia. Para o povo local, o que importa é o seu bem-estar – se você está bem, eles também estão. Ouvíamos com freqüência Is it good for you? Se respondíamos “sim”, ficavam contentes; caso contrário, se desdobravam para nos ajudar. Para todos que, como eu, não são surfistas profissionais, digo: surfar no Taiti não é fácil, é preciso ter cautela com o mar. Mas vale a pena por cada segundo vivido, pois a experiência vai muito além das ondas, do prazer de surfar. Foi,sem dúvida, a melhor viagem da minha vida.”

 

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