Real Surfer's Life

LUA AZUL
Estávamos em pleno equinócio de verão, às 06h30 da manhã do dia 19 de março de 2011, exatamente na hora marcada para a entrada pelo estuário do rio Araguari no Amapá da maior pororoca que o mundo do surfe teria conhecimento. Nesse dia histórico, a lua estaria no seu epigeu, ou seja, no ponto mais próximo de sua órbita na Terra dos últimos 18 anos, a cerca de 26.323 km, por isso estava sendo chamada pelos astrônomos de “Super Lua”, ou “Supermoon”, que só voltará a ocorrer em 2029. Essa “Super Lua” indicava que na primeira maré de sizígia, a partir do dia 19 de abril de 2011, logo após a alvorada, viria uma maré tsunâmica das mais pesadas e velozes.

Ainda era bem escuro, quando, dentro da nossa embarcação, que estava aportada a uns 35 km da foz do rio Araguari, numa pequena enseada segura, se acendeu a primeira luz, logo após o funcionamento do gerador, quebrando o silêncio da região. O clima era de expectativa, todos nós acordamos agitados para iniciar os preparativos e tomar um rápido café da manhã. A nossa “barca” era composta por seis surfistas, eu, o meu irmão Albertinho, o meu padrinho Saulo, o Serginho Laus, que além de organizador da viagem tem o título do Guiness Book de recordista de distância e é o maior entendedor de surfe em pororoca do mundo, o seu amigo australiano Skeet Derham, e o Alexandre Mattei, do Guarujá, mas que vive hoje em Itajaí, e que estava com um modelo de prancha que ele idealizou que é meio caiaque e meio sup.